Bolsa B3 do Brasil recebe aprovação regulatória para lançar futuros de Bitcoin em abril
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A operadora de câmbio brasileira B3 recebeu aprovação do regulador de valores mobiliários do país para introduzir a negociação de futuros de Bitcoin.
Na quinta-feira, a plataforma disse que a negociação de futuros de Bitcoin está programada para começar em 17 de abril, de acordo com um reportagem da Reuters.
Atualmente, a B3 oferece fundos negociados em bolsa (ETFs) e recebimentos de ETFs relacionados a criptoativos.
Com a adição de futuros de Bitcoin, a bolsa visa atender à crescente demanda por derivativos que forneçam proteção contra flutuações de preços ou exposição direcional à popular criptomoeda.
Futuros de Bitcoin da B3 serão vinculados à Nasdaq
Os contratos futuros de Bitcoin oferecidos pela B3 serão vinculados ao Preço de Referência do Bitcoin da Nasdaq, sendo que cada contrato representa 10% do preço do Bitcoin em reais.
É importante notar que estes contratos futuros envolverão liquidação financeira, o que significa que não haverá compra ou venda real de bitcoin físico.
“O lançamento atende à demanda por um derivativo que permita um hedge contra oscilações de preço do bitcoin ou uma exposição direcional ao ativo”, disse Felipe Gonçalves, superintendente de taxas de swap e produtos cambiais da B3.
Ele disse que o movimento da B3 significa um passo significativo na integração das criptomoedas ao mercado financeiro tradicional do Brasil.
Ao oferecer futuros de Bitcoin, a B3 oferece aos investidores uma plataforma regulamentada e segura para participar da negociação de Bitcoin, alavancando os movimentos de preços do ativo digital.
Brasil se aproximando dos ativos digitais
O Brasil tem caminhado em direção a ativos digitais e tecnologias inovadoras como blockchain.
No ano passado, o país anunciou que irá emitir documentos de identificação digital para os seus mais de 214 milhões de cidadãos utilizando a tecnologia blockchain.
A decisão de aproveitar a tecnologia blockchain para identidade digital decorre de suas propriedades inerentes de imutabilidade e descentralização.
Alexandre Amorim, presidente do Serpro, disse que a tecnologia blockchain é crucial para proteger dados pessoais e prevenir fraudes.
Ele afirmou que a plataforma blockchain b-Cadastros aumenta significativamente a segurança e a confiabilidade do projeto da Carteira de Identidade Nacional, oferecendo uma experiência digital mais segura para os cidadãos brasileiros.
Além do projeto de identidade digital, o Brasil também está avançando no desenvolvimento de uma moeda digital do banco central (CBDC).
Em agosto, o governo forneceu mais detalhes sobre o projeto, que foi rebatizado como Drex.
O CBDC visa expandir o acesso empresarial ao capital por meio de um sistema de tokenização associado ao Drex.
Mais recentemente, o Banco Central do Brasil prometeu endurecer as regras e fortalecer sua supervisão de plataformas criptográficas em meio à crescente adoção de criptografia no país.
Roberto Campos Neto, governador do banco central do Brasil, disse em outubro passado que as “importações de criptomoedas” por residentes brasileiros aumentaram 44,2% no período entre janeiro e agosto de 2023 em comparação com o mesmo período do ano passado.
“Entendemos que muita coisa está ligada à evasão fiscal ou a atividades ilícitas”, disse Neto, ao mesmo tempo em que enfatizou que a supervisão do setor de criptografia no Brasil será fortalecida no futuro.