Vitalik Buterino fundador do Ethereum, recentemente proposto uma série de mudanças que visam melhorar o modelo de staking da rede. Os objetivos principais são melhorar a descentralização e reduzir a carga computacional na camada de consenso. A proposta surge no momento em que Ethereum enfrenta desafios relacionados aos riscos de centralização e ao grande número de assinaturas necessárias para o consenso. A proposta de Buterin poderia potencialmente revolucionar a forma como o staking e o consenso são abordados na rede Ethereum, tornando-a mais acessível e eficiente.
No atual modelo de piquetagem Ethereum, existem dois tipos de participantes: operadores de nó e delegadores. Os operadores de nós são responsáveis pela operação dos nós e pelo fornecimento de garantias, geralmente na forma de ETH. Os delegados, por outro lado, contribuem com alguma quantia de ETH, mas não são obrigados a participar de nenhuma outra forma. Este modelo de piquetagem de duas camadas foi popularizado por pools de piquetagem como Rocket Pool e Lido, que oferecem tokens de piquetagem líquidos (LSTs). No entanto, Buterin identifica dois problemas principais com este sistema. Em primeiro lugar, existe um risco de centralização nos mecanismos de escolha dos operadores dos nós, que ou não são muito descentralizados ou apresentam outras falhas. Em segundo lugar, a Camada 1 do Ethereum verifica aproximadamente 800.000 assinaturas por época, um número que pode aumentar, adicionando assim uma carga computacional significativa à rede.
Para resolver estas questões, Buterin sugere que os delegadores deveriam ter um papel mais significativo na rede. Ele descreve duas classes de soluções: seleção de delegados e participação consensual. No modelo de seleção de delegados, os delegados poderiam escolher quais operadores de nós desejam apoiar, tendo assim um “peso” no consenso. Isso lhes daria mais poder e tornaria a rede mais descentralizada. No modelo de participação por consenso, os delegadores poderiam ter um papel mais leve no processo de consenso, o que funcionaria como uma verificação dos operadores dos nós. Isto permitiria que mais pessoas participassem no processo de validação da rede sem assumir todas as responsabilidades e riscos de ser um operador de nó.
Buterin também fornece ideias concretas de implementação para essas soluções. Uma dessas ideias é permitir que cada validador especifique duas chaves de piquetagem: uma chave de piquetagem persistente (P) e uma chave de piquetagem rápida (Q). Estas chaves poderiam ser utilizadas de várias maneiras para melhorar o mecanismo de consenso e reduzir o número de assinaturas necessárias. Por exemplo, o protocolo pode exigir que tanto o nó quanto um delegador selecionado aleatoriamente aprovem uma mensagem de um nó para ser contada.
Concluindo, a proposta de Buterin visa atingir dois objetivos principais. Em primeiro lugar, procura capacitar aqueles que não têm os recursos ou a capacidade de participar individualmente para participarem de forma significativa na rede. Em segundo lugar, visa reduzir o número de assinaturas necessárias para o consenso para cerca de 10.000, ajudando assim a descentralização e tornando mais fácil para mais pessoas gerirem um nó de validação. Essas mudanças poderiam ser implementadas em diferentes camadas, inclusive dentro dos protocolos de pool de piquetagem ou como parte do próprio protocolo Ethereum, oferecendo uma abordagem flexível para melhorar o modelo de piquetagem da rede.
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